Algumas pérolas

Bem vindo ao blog de celiananoite. Espero dentro em breve postar algumas joías da minha coroa...há beira mar plantada.
Pretendo apenas comentar alguns assuntos, e dar opinião de forma ligeira, e não muito séria. Mas aviso que a brincar a brincar o macaco subiu ao galho! Bem não rimou... mas também não interessa nada: Pois não?

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

A justiça que (não) temos

Desde muito pequena que aprendi a respeitar a lei. E a lei, eu a via representada na figura dos agentes da autoridade (GNR). Na altura a que me reporto, essa autoridade vestida a rigor e armada, impunha respeito e até medo principalmente a uma criança que teria sensivelmente sete anos à altura do episódio que vou contar. Certo dia vinha da escola, na companhia de algumas colegas, e resolvemos invadir uma propriedade alheia para apanhar laranjas, que seriam o nosso lanche. Claro que o dono do pomar não se importava nada, que as crianças da aldeia apanhassem laranjas, visto o pomar ser enorme e não ter escoamento para tanta quantidade. (Mas não era essa a opinião das autoridades desse tempo.) Depois de termos apanhado alguns frutos, voltamos novamente para a estrada, e para nosso espanto demos de caras com uma dessas patrulhas. Com a autoridade que podiam exercer obrigaram-nos a deixar ali a mercadoria, e fomos ameaçadas que nos poderiam prender caso voltássemos a fazer o mesmo.
Acho que fiquei traumatizada, porque ainda hoje quando vejo uma patrulha, sinto um certo arrepio na espinha. Isto passou-se no tempo da outra senhora: Hoje os miúdos já não são os mesmos, as laranjas também são outras, e as autoridades não têm a mesma autoridade.
Tudo isto para lembrar como os tempos são outros, e em certas questões, não são melhores.
Li num jornal regional, dois casos que se passaram numa pequena cidade deste país. No espaço de dois dias duas pessoas foram esfaqueadas (uma delas está em estado muito grave) e nas duas ocorrências as autoridades não estavam por perto, (porque nos dias de hoje elas nunca estão por perto) mas quando chamadas ao local do crime nada fazem, porque os agressores não foram apanhados em flagrante delito. Ora os criminosos estão em liberdade a aguardar julgamento, senão tiverem afim se se chatear com a coisa, vão para um monte escavam umas grutas, e ficam por lá uns anos, pode ser que passe a esquecido (ou não). E o pessoal que pensa poder correr algum risco quando sai à rua o melhor é chamar as autoridades, porque nunca se sabe quando ao virar da esquina dá de caras com uma faca, e assim já vai prevenido, e com a certeza que se algo lhe acontecer o criminoso será responsabilizado.
Ainda hoje quando vejo uma farda, sinto um arrepio, lembro-me de laranjas e de como a justiça funcionava no tempo da outra senhora.

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